A Companhia Águas de Joinville tem muitas obras programadas para este ano e quem não tem reservatório próprio pode se incomodar.
É manhã de quinta-feira e no relógio passa pouco das sete horas. Por conta de um vazamento ocorrido durante a madrugada, uma rua inteira amanheceu com o abastecimento de água interrompido. No ponto de ônibus, o incômodo causado é visível no rosto dos passageiros; menos no do senhor Emanuel e sua filha Julinha, que tomaram banho quente, prepararam o café e lavaram a louça. Eles têm caixa d’água. O relato é ficcional, mas expressa muito bem uma incômoda realidade vivida por muitos joinvilenses que dispensaram a instalação de reservatório próprio, uma necessidade, aliás, prevista em lei. Desde 1988, graças à Lei nº 2.260, sancionada pelo então prefeito Wittich Freitag, é obrigatório a instalação de reservatórios de água em residências unifamiliares. Conforme o dispositivo legal, as edificações em alvenaria, independente do uso a que se destinem, devem possuir, obrigatoriamente, pelo menos um reservatório d’água próprio. O não cumprimento desta lei implica na não expedição do termo de vistoria da edificação pelo órgão responsável da Prefeitura.
E não são apenas os incidentes com vazamentos que acarretam a falta de água. A Companhia Águas de Joinville tem muitas obras em execução, como a implantação e substituição de adutoras e sub-adutoras e a construção dos reservatórios R8, situado no alto do Morro do Finder na zona leste, e o R10 situado na rua Tupy que, conforme a engenheira civil Charlotte Elisa Maehl, atenderá aos bairros São Marcos, Nova Brasília e Morro do Meio. Todas essas obras precisam que o fornecimento de água seja paralisado para conclusão de cada fase dos projetos. Nesses momentos, as famílias com reservação própria não sofrem com a falta de água. Conforme a gerente de Medição da Companhia, engenheira Clarissa Campos de Sá, independentemente da realização de obras de ampliação, é preciso também se precaver das interrupções causadas pelos consertos. “Caso aconteça um incidente que rompa uma adutora, a Companhia terá que fechar a rede de distribuição de água para consertar. Isso é uma fatalidade que só pode ter o efeito amenizado para o cliente se todos tiverem caixa d’água”, enfatiza.
Tomando como base uma família com consumo médio de 10 mil litros (10 m³) de água por mês, uma caixa d’água de mil litros seria suficiente para garantir o abastecimento por até três dias. Dados fornecidos pela Companhia Águas de Joinville apontam que cerca de 40% das ligações cadastradas não tem caixa d’água.
A lei municipal indica que construções com até 120m² tenham reservatórios com capacidade mínima de 500 litros. Edificações acima 120m² precisam de reservatórios com no mínimo 1000 litros. A coordenadora de Medição engenheira Emilly Vitor Fritzen ressalta que construções com mais de 10 metros de altura precisam de uma segunda forma de reservação. “A Resolução 6 da AMAE cita que em prédios acima de 10 metros de altura tenham além dos reservatórios (caixas d’água), uma cisterna para garantir o fornecimento de água”, explica a coordenadora.
Como limpar a caixa d’água
1. Feche o registro da casa ou amarre a bóia da caixa d’água impedindo a entrada da água.
2. Esvazie a caixa d’água abrindo torneiras.
3. Quando a caixa d’água estiver quase vazia, tampe a saída para usar a água restante na limpeza, e para que a sujeira NÃO desça pelo cano.
4. Esfregue as paredes e o fundo da caixa usando somente panos e escova de cerdas macias.
5. NUNCA use sabão, detergente ou outros produtos.
6. Retire a água e a sujeira da caixa d’água usando balde e panos, deixando a caixa totalmente limpa.
7. Abra o registro da casa ou desamarre a bóia da caixa d’água, permitindo a entrada da água.
ATENÇÃO: Para cada 1.000 litros de água na caixa coloque um litro de água sanitária. Não tampe a caixa.
8. ATENÇÃO: esta água NÃO PODE SER USADA para nada, de forma nenhuma. Deixe a água na caixa por 2 horas.
9. Após duas horas, feche o registro outra vez, ou amarre a bóia para que não entre água na caixa.
10. Esvazie de novo a caixa d’água abrindo torneiras. A água sanitária desce limpando e desinfetando os canos. ATENÇÃO: lembre-se de que esta água não pode ser usada.
11. Tampe a caixa d’água para que não entrem pequenos animais ou insetos.
12. Anote do lado de fora da caixa a data em que você fez a limpeza. Você voltará a limpá-la após 1 ano.
Finalmente, abra o registro ou desamarre a bóia da caixa d’água, permitindo a entrada da água. Esta água já pode ser usada normalmente.